segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

“Carência”

Pra suprir uma carência
É preciso olhar em volta,
Não curar com a ciência
Pois que só o amor importa.

Firmino Maya

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Vozes

Quantas vozes
Passaram por nossos caminhos,
Quantas estão agora passando,
E quantas ainda estão por passar?

São vozes
Que clamam um pouco de afeto,
Que choram uma chance perdida,
Que amam sem medo de amar.

Quantas vozes
Que sonham em serem ouvidas,
Que buscam um ombro amigo,
Que querem ser mais reais?

Essas vozes
Cantadas, contadas ou mudas,
Que se fazem ouvir nas cidades,
Mas não se respondem jamais.

Quantas vozes
Cantarolam cantigas de amor.
Que soltam gemidos lascivos,
Ou murmuram lamentos de dor?

Tais vozes
Berradas em coros tão tristes.
Que imploram somente atenção
E você ouve como um mercador.

Firmino Maya

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

“Morte e vida”

Tornando a lembrança mais vida
E assim vou esquecendo da morte
Desse modo tornar mais garrida
Esse longo caminhar com a sorte.

Firmino Maya

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Eu

Meu, Teu, Meu, Teu
Corpo esta cansado
Estado não me importa
Estado é lastimável
Fardo é somente teu.

Olhe, Veja, Sinto, Teu
Minhas cãs, minhas marcas
Quantos problemas eu tenho
Muito mas tenho minha vida
Problema nada me diz.

Eu, Não, Passo, Teu
Tenho tanta pressa
Posso perder essa chance
Por cima do que precisar
Sentimento não me interessa.

Eu, Teu, Faço, Eu
Quero realizar meu sonho
Sonho é somente teu
O que for preciso
Agora só vejo um breu.

Firmino Maya

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Soneto nº 07

(Um brinde ao Desejo)

Quero conhecer-te plenamente,
Saciar minha sede com teu mel.
Sugar a última gota loucamente,
Viajando junto a ti para o céu.

Conquistar com doçura teu corpo,
Dos pés a cabeça, incluso teu cálice.
Caminhar contigo rumando ao topo,
E juntos, do amor, conhecer o ápice.

Conhecer-te toda, sem medo e receio,
Ir sem fugas do passado ao presente.
E após o amor recostar-m’em teu seio.

Nesse encontro entregar-me num beijo,
Dividir contigo minha pura semente.
E erguer a voz, num brinde ao desejo.

Firmino Maya

sábado, 13 de outubro de 2007

Soneto nº 06

(O tempo um patrimônio)

O que fazemos agora do nosso tempo?
Será que fazemos com ele algo de útil,
Será que usamos como um passatempo?
Ou para gozar nosso prazer mais fútil.

Já nos demos conta da sua importância,
Que ele passa, ou da sua realidade?
Ou será que insistimos viver na infância,
Numa eterna festa da nossa mocidade?

Segundos, minutos, semanas ou anos.
Não adianta pedir um tempo a mais,
Para realizar os teus velhos planos.

Vamos que é a hora! Oh alma querida,
De caminhar e não de ficar para trás.
Desperte! Há tempo de mudar sua vida!

Firmino Maya

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Soneto nº 05

(Nos teus braços)

Acabou. Minha noite agora acabou.
Eu quero, mas eu não posso chorar.
Ela sorrindo, diz que nunca me amou,
Vou curar essa dor defronte ao mar

A noite acabou e a madrugada já surge.
Não quero pensar muito menos lembrar,
Pois é vida que segue, é o tempo que urge.
Vou criar novas forças e minha vida levar.

Mas nem ao menos eu sei o que quero
E nem consigo dirigir os meus passos.
Não sem você, a quem muito venero.

Vou dar-me à outra, deixar me levar.
Atirar-me agora em seus doces braços
Dizendo eu sou teu, oh Rainha do mar.

Firmino Maya

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Obra-Prima

Em uma noite monótona
Decidi que queria ser um espírito
Ou talvez o sagrado feminino
Para fazer uma homenagem à negra poetisa
E, lembrando que o amor é uma dor apenas...
Eu voltei, pois saudades eu senti
E percebendo a essência da emoção
Tive a certeza de que outra vez seríamos
Eu e o mar ou eu e o desejo
Mas nunca seria eu, o amor
E, foi nesse momento que percebi que
Você é meu mais belo poema!

Firmino Maya

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

“Outra vez”

Quero voltar a sorrir e amar
Mas para isso eu preciso te ver
Pois sem você não quero tentar
Outra vez arriscar-me a viver.

Firmino Maya

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Soneto nº 04

(Preciso me dizer que te amo)

Como faço para expressar o que sinto,
O que se passa agora dentro de mim?
Quando pergunto, para mim eu minto,
Finjo que não sinto, como bala de festim.

Que no princípio penso que é falso.
Mas quando paro por um momento,
Vejo que não consigo dar um passo.
Nem ao menos um meio passo tento.

Cansei de mentir, viver sem verdade,
Quero mudar da água ao vinho tinto.
E viver meu sentimento com lealdade.

Eu desejo dizer, mas não sei como.
Eu preciso dizer agora o que sinto,
Assumir, pra mim, o quanto te amo.

Firmino Maya

sábado, 30 de junho de 2007

Nós

Olhar o céu e ver teus olhos
Nadar num lago e sentir teu toque
Andar entre as flores sentir teu perfume
Cantar para a lua e ouvir tua voz

Chego em casa e não te vejo
Teu celular está desligado
Deixo recados, mando bilhetes
E nada vejo, não chega resposta

Te olho, te sinto, te peço
Você nem sequer olha para mim

Te sinto, te chamo, te quero
Você nem sente pena de mim

Às vezes te busco, querendo falar
E quando te encontro, prefiro calar
Não quero mais lagrimas, não quero mais dor
Nem quero teu corpo, só quero teu amor

E sentir, sonhar, construir
Nosso canto, um alento
O momento, novo tempo

Olhar o céu e ver teus olhos
Nadar num lago e sentir teu toque
Andar entre as flores sentir teu perfume
Cantar para a lua e ouvir tua voz

Olho pro futuro e só vejo um vazio
Procuro um motivo e só penso em nós.

Firmino Maya

terça-feira, 26 de junho de 2007

Universo interior

Quero ter forças para lutar
contra esse universo que crio,
por vezes, dentro de mim.

Que me amedronta e adormece
a cada instante, a cada dia,
a cada novo entardecer.

Que me intimida e me assusta
a cada noite, a cada momento,
a cada novo alvorecer.

Quero ter forças para lutar
contra esses monstros que crio,
no meu universo interior.

Firmino Maya

sábado, 23 de junho de 2007

Entrega e prazer

Sentir tuas mãos percorrendo meu corpo
descobrindo espaços, lugares e
permitindo a descoberta do prazer.
Libertando sentimentos e desejos.

Sentir tua boca me sugando com furor
e tua língua a fazer festa pelo meu corpo,
descobrindo regiões de intenso prazer
e nossos corpos num deleite sem pudor.

Agora é minha mão que te busca
apalpa, aperta, desbrava e acaricia.
Descobre, nas tuas entranhas segredos,
anseios, sonhos, os teus medos.

Minha língua a deslizar por tuas curvas,
teu pescoço, colo, seios, tuas coxas.
Querendo sugar do teu corpo em brasa
a doce seiva que me embriaga o espírito.

E no ápice do nosso encontro de almas,
quando nos damos sem medo, um do outro.
Nossos corpos se entregam, se enlaçam
e como mágica transformam-se em um.

Firmino Maya

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Isso é o que faço!

Não ligo para o que pensam.
Não ligo para o que dizem.
Não ligo para o que sentem.
De mim, para mim ou sobre mim.

Vivo minha vid[inh]a.
Aos poucos, de pouco em pouco,
Bebo, fumo, canto, toco.
Ah!... Se com isso me importo?
Isso não vem ao caso,
Isso não te importa.
Isso é o que faço.

Não ligo para o que pensam.
Não ligo para o que dizem.
Não ligo para o que sentem.
De mim, para mim ou sobre mim

Vivo minha vid[inh]a.
Aos pouco, de um dia ao outro,
Amo, sofro, trepo, choro.
Ora!... Se isso me basta?
Isso não tem resposta,
Viro ao mundo as costas.
Isso é o que faço.

Não ligo para o que dizem.
Não ligo para o que pensam.
Vivo a minha vid[inh]a.
E isso é o que faço!

Firmino Maya

sábado, 16 de junho de 2007

Soneto nº 03

(Trovas e canções)

Com as mais belas e doces palavras,
Quero trovar um milhão de trovas.
De minha autoria, as minhas lavras,
Durante esta longa noite de provas.

Eu quero compor diversas canções,
Para a mais bela entre as mulheres.
Usando as notas, claves e os tons,
Para que tu ouças quando quiseres.

Eu quero esculpir, seja onde for
mármore, bronze ou no granito
os traços singelos e belos da flor.

Correr o mundo, buscar com furor
O brinde mais caro e o mais bonito
Pra minha Linda, pra ti, meu Amor.

Firmino Maya

sábado, 9 de junho de 2007

Cariocas

Carioca
Menina do corpo dourado,
de pele morena, com a cor do pecado.
Sorriso de pérolas,
fotografia perfeita do desejo.

Carioca
Rapaz com o corpo sarado,
na beira da praia todo bronzeado.
Peito tatuado,
imagem perfeita da libido.

Carioca
Povo acolhedor e festivo,
recebendo a todos de braços abertos.
Como o Cristo,
do alto do morro, a nos abençoar.

Carioca
Cidade cravada entre a serra e o mar,
de rara beleza e diversos amores.
Mais que uma identidade,
um estilo de como viver essa vida.

Firmino Maya

sexta-feira, 8 de junho de 2007

“Aliança”

Esse longo caminhar com a sorte
Nos remete a uma lembrança
De que a vida é o belo esporte
Mas tem com a morte uma aliança.

Firmino Maya

sábado, 2 de junho de 2007

Soneto nº 02

(Eficácia do amor)

Que tal fazer uma breve parada
Tentar curar aquela velha ferida
Olhar outra vez e seguir a estrada
E volta a viver, de verdade, a vida.

Olhar bem firme, no olho do irmão
Com carinho, paciência e brandura
Mostrar mais uma vez com exatidão
Que a verdade ainda é a única cura.

E dessa forma, seguir nossa vida
Caminhando, sem medo da dor.
Pois sem dor não se cura a ferida

Muitas vezes aberta quase em flor.
Mas sempre tem cura ou uma saída
Para quem crer na eficácia do amor.

Firmino Maya

terça-feira, 29 de maio de 2007

Sou poeta

Penso que sou poeta.
Porque vivo cada dia,
E quero viver mais.
Da forma mais viva a poesia.
Transformando a letra fria,
Em uma quente energia.
Noite após noite
E dia depois de dia.


Firmino Maya

domingo, 20 de maio de 2007

Soneto nº 1

(Ao amor que se foi)

Minh’alma, sem vida, agora se esvai
Sem poder te sentir, aqui ao meu lado
Como sente o corpo quando a vida se vai
Como um filho sozinho e abandonado.

Minha vida, sem alma, não quer mais olhar
Para o hoje, amanhã, nada mais lhe importa
Pois sem estar ao seu lado, só lhe resta chorar
Pois se sente largada, e com a carne já morta.

Sozinha, esquecida sem nada a perder
Querendo ter forças para continuar
A viver essa vida sem teu bem-querer

Não vê que ao lado, alguém lhe quer bem.
Em seu desespero ela põe-se a gritar
Meu Deus! Não mereço viver sem alguém.

Firmino Maya

sábado, 12 de maio de 2007

Gozo

Encontro pela noite uma alma como a minha
Delirante de luxúria e faminta de prazer
E se joga em meus braços como um náufrago em terra firme

Domando minha boca com tua língua virulenta
Recebe em teu corpo minha parte latejante
Em tua carne intumescida me devorando de prazer

Sedenta de prazer minh’alma busca a tua
Sorvendo no teu cálice esse néctar dos deuses
Inebrio meu espírito com teu choro virginal

Toma o meu corpo e faze dele a tua casa
Suga o meu sangue com tua boca aveludada
Desgastando minha vida que é nesta noite

Goza em minha face sem ter medo e receios
Faz de mim tua morada despejando teus desejos
Como quem encontra abrigo numa noite nua e fria

Encontro pela noite uma alma como a minha
Delirante de luxúria e com fome de prazer
Nos damos uma a outra sem pensar no amanhã.

Firmino Maya

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Fugas

Olho através da lente
E temeroso, fecho meus olhos
Num instante de proteção, de conservação

Olho meus olhos no espelho
E com vergonha, diviso outro ponto
Pois vejo minhas falhas, meus erros

Jogo minha mente ao léu
Quero voar, fugir, viajar
Me esconder

Dos meus fantasmas, minhas dores
Das minhas lutas, meus amores

Não quero voltar a me ver
Não quero me reencontrar
Tenho medo do que posso fazer
Se esse “eu” me chamar para lutar

Jogo meu “eu” no espaço
Não vou me esconder, fugir, viajar
Quero voar

Por entre meus sonhos, minhas ilusões
Com minhas vitórias, minhas conquistas

Eu quero me reconhecer
Eu quero me reencontrar
Desejo outra chance de ter
Sentindo o prazer de amar.

Firmino Maya

sábado, 5 de maio de 2007

Ser e ser

Não quero ser esse ser
que só quer ser
o que pensa ser.

Mas se não ser
importa mais do que ser,
então para que ser
tão insistente em querer
o que nem sabe mais
se é importante ser.

O que ninguém quer ser,
mas todos tentam ser,
mesmo não querendo,
só para parecer
que se quer realmente ser.

Firmino Maya

A flor que és

A flor que és, não a que dás, eu quero.
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor, sê-me flor! Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge, tu perere
Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste.

Ricardo Reis (Fernando Pessoa)

terça-feira, 1 de maio de 2007

Não quero mais

Não quero mais
encontrar-me com esse ser.
Que me chama atenção,
que me chama à razão,
que me traz vida ao coração.

Não quero mais
olhar nesses olhos e trocar
olhares que me instigam,
olhares que me desnudam,
olhares que me tornam insano.

Não quero mais
que contes ao mundo tudo
o que te conto, como me sinto,
o que desejo, como me vejo.
Quero voltar ao meu mundo,
quero voltar lá pr’o fundo.

E por lá ficar escondido, protegido,
das respostas e perguntas,
das verdades e mentiras.
Quero ficar em paz – ficar sozinho.

Preciso quebrar esse espelho.

Firmino Maya

Desejo

Que olhos lindos você tem
Encharca o mundo e mais alguém
De brilho
Até o sol se admirou
Você quer me namorar
Eu faço mais bonito que puder
Não resisti, me apaixonei.
Não saia do lugar
Vou fotografar você
Tesouro não há
em qualquer lugar
Mais belo que você
Deixa esse cabelo solto no ar
Teu rosto é lindo
Quando mais te vejo um beijo te dar
Desejo.

Adil Tiscatti

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Sais pelo sonho como de um casulo e voas


Sais pelo sonho como de um casulo e voas.
Com tal leveza podes percorrer o mapa
e ir e vir ao acaso, ar e nome:
como as borboletas.

Não és tu, mas a tua memória com asas.

E abrem-se os palácios,
e percorres os tesouros guardados,
e és sorriso e silêncio
e já nem precisas mais de asas.

Na noite encontras o dia, claro e durável.
Voas sobre séculos e horóscopos.
Ouves dizer que te amam
como ninguém jamais o poderia confessar.

Não tens idade nem tribo,
nem rosto nem profissão.
Podes fazer o que quiseres com palavras, harpas, almas.

E quando voltas ao teu casulo
já não tens medo nenhum da morte.
E em teu pensamento há néctar e pólen.

Cecília Meireles

domingo, 8 de abril de 2007

Quero falar tua língua

Quero falar tua língua,
sentir-te minha, livre e desinibida.
Não quero mais os versos esparsos,
minutos escassos, momentos contados.
Eu quero falar tua língua

Quero ouvir as ondas, sentir o som,
de tua boca, da tua língua.
Dentro do peito, teu coração,
tornar-me parte da tua vida.
Desejo falar tua língua

Quero subir aos céus, descer a terra,
em um momento, por um segundo.
Sentir na pele teu suave toque,
Sentir-me homem e também menino.
Imprescindível falar tua língua.

Quero esquecer do mundo, as minhas dores,
quando deitar-me sobre o teu peito.
Aconchegando-me sob teu seio,
dormir tranqüilo em tua pele.
Preciso falar tua língua.

Quero ouvir o canto dos puros anjos,
Cantar hosanas à sua altura.
Fazer do dia simples arranjos,
E do teu corpo A partitura.
Por isso quero falar tua língua.

Firmino Maya

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Dualidade (Um ser ambíguo)



Dois seres habitam dentro de mim.
Existe entre eles, um intenso conflito.
Dia e noite, lutam, duelam e digladiam,
Por minha vida e me disputam no grito.

Um quer paz o outro a guerra;
Um é côncavo o outro convexo;
Um é vice o outro é versa;
Um é frente o outro é verso.

Um quer tudo o outro nada;
Um quer ele o outro ela;
Um é fêmea o outro é macho;
Um é fera o outro é “bela”.

Um é pai, simples e casto,
O outro é chique, libertino e filho.
Um é rude, bruto e esnobe,
O outro é doce, terno e maltrapilho.

Um é luz o outro é sombra;
Um é virgem o outro é “puta”;
Um é homo o outro é hetero;
Um descansa o outro labuta.

Um é feio, frágil e água,
O outro é firme, vinho e belo.
Um separa, é praia e fraco,
O outro é forte, é campo e elo.

Por meu controle, noite e dia, me disputam.
Por meu domínio, nessa batalha, eles persistem.
Mesmo sabendo que essa guerra não tem fim,
Eles não vencem, nunca perdem e nem desistem.

Firmino Maya

"Não te amo mais"



Não te amo mais
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis
Tenho certeza que
Nada foi em vão
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada
Não poderia dizer mais que
Alimento um grande amor
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

Autor Desconhecido

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quarta-feira, 4 de abril de 2007

Cálice

Quero
beber do teu mel,
sorver o teu fel.
Embriagar-me,
inebriar-me.
Com o néctar servido
em teu cálice
insano e puro.

Firmino Maya

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Para se fazer poesia


Para se fazer poesia
não é preciso ter grandes culturas,
faculdade, mestrado ou doutorado.
Basta saber ouvir, querer, sentir e amar:

Ouvir a voz que vem do teu íntimo,
querer falar sobre o mundo lá fora e
sentir a vida brincando a tua volta.

Para se fazer poesia
não é preciso saber usar a pena,
caneta, máquina ou computador.
Basta saber querer, sentir, ouvir e amar:

Querer gritar para o mundo,
sentir uma força estranha crescer em ti e
ouvir a voz que não quer calar.

Para se fazer poesia
não se preciso de muita leitura,
ciência, doutrina ou frescura.
Basta saber sentir, ouvir, querer e amar:

Sentir a vida pulsando em teu corpo,
ouvir a voz que vem do coração e
querer dizer ao outro o que pensa.

Para se fazer poesia
não é preciso saber ler ou escrever,
caminhar, viver ou morrer
Basta saber ouvir, querer, sentir
e amar, simplesmente amar...

E isso se chama viver.


Firmino Maya

domingo, 1 de abril de 2007

Criança


Viver sem maldade,
Dormir com tranqüilidade.
Sonhar com o impossível,
Acordar com ingenuidade.

Um dia já fomos assim,
Um dia, seremos de novo.

Inocentes no agir,
Livres no pensar,
Coerentes no sentir,
E verdadeiros no amar.

Um dia, quem sabe,
Voltaremos a ser criança.
Um dia, quem sabe,
Voltaremos a ser felizes.

Firmino Maya

sábado, 31 de março de 2007

Sem você

Como alguém pode viver sem amar
Como alguém pode viver sem alguém
Que de tarde te faça sonhar
Que de noite te faça gemer
E de dia te faça sorrir?

Como posso viver sem te ver
Como posso querer não sentir
Tuas mãos modulando meu corpo
Tua língua percorrendo minhas curvas
E teu músculo me tomando pra ti?

Como queres que eu viva feliz
Como queres que eu viva em paz
Se em teus olhos não me vejo ao acordar
Se em teus braços não me entrego de noite
E teu corpo não me aquece mais?

Minha cama agora está fria
Tua carta ficou no espelho
Tuas fotos na minha memória
E teu gosto em minha boca se esvai.

Firmino Maya

sexta-feira, 30 de março de 2007

Não quero ser um poeta


Não quero ser um poeta
Não tenho tal pretensão.
Quero apenas registrar no papel o que sinto
E, se a escrita é o único meio que tenho
Será ela então, a minha pobre vítima
Do registro dos meus sentimentos.

Não quero ser um poeta
Não ouso tentar sê-lo.
Quero apenas marcar com tinta o que penso
E, se essa folha é o que agora tenho
Transcreverei nela, ferindo sua face pura,
Minhas mal formuladas palavras.

Não quero ser um poeta
Não tenho esse talento.
Quero de um modo simples espressar minha mente
E, se o que tenho em mãos é tinta e papel
Pedirei, então, permissão aos poetas
Para traçar essas rudes e opacas linhas.

Não quero ser um poeta
Não desejo ser Imortal.
Quero apenas que o seja meu amor
E como não posso viver ao seu lado
Deixo aqui, marcado com lágrimas
A parte do que um dia eu pude viver.

Firmino Maya
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