sexta-feira, 18 de março de 2016

Que país é esse?



 
“Nas favelas, no senado, sujeira pra todo lado, ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação”. São com esses versos escritos por Renato Russo e que ficaram conhecidos na canção “Que país e esse?” que começo mais um texto. Hoje todos aceitam o fato, inegável, de que o nosso país está passando por um processo muito complicado tanto economicamente quanto politicamente. E é com base nesse sentimento/entendimento que vou propor aqui uma reflexão sobre o atual momento pelo qual estamos passando.

O que nos espera se deixarmos de lado o nosso raciocínio, a nossa capacidade de dialogar racionalmente com pessoas que divergem de nossos pensamentos e nos cercamos apenas daqueles que nos são simpáticos nas ideias e ideais? O que será do nosso País se esquecermos da nossa História e simplesmente deixarmos de lado tudo o que já passamos em décadas e séculos passados? Será que teremos algum ganho real como sociedade, será que como uma nação seremos vitoriosos? O que esse momento reserva para o futuro da nação?

Esquerda contra a Direita, MDB contra a Arena, Capitalismo contra o Socialismo, Guerra Fria, “mal” contra o ”bem”. Será que não aprendemos nada com a História? Até quando iremos alimentar esse clima de estupidez e guerra ideológica que a cada dia ganha mais força? Até quando permitiremos que grupos organizados nos digam como agir e pensar? Até quando iremos permitir que os interesses particulares e escusos, de grupos seletos, ocultos ou não, nos influenciem e ditem como devemos entender a situação atual? É preciso questionar, é preciso refletir sobre isso.

Não nego para nenhum dos meus amigos e conhecidos que tenho uma orientação política de centro-esquerda, mas nem por isso deixo minha identidade ideológica e política eclipsar minha visão ou meu raciocínio. Essa reflexão que proponho não tem o objetivo explicito ou implícito de doutrinar, converter ou angariar pessoas para que pensem ou ajam do mesmo modo como eu. Não é por conta da minha identificação política que vou evitar ouvir, debater e conversar racionalmente com aqueles que tem uma visão política inversa à minha. Contudo sinto-me na obrigação moral de tentar trazer um pouco de luz e racionalidade para essa discussão. Pois somente com esse dialogo, com essa conversa inteligente e sem apegos ou barreias passionais é que iremos esclarecer e ser esclarecidos sobre os fatos que ocorrem a nossa volta e qual a melhor solução para essa situação. Isso pode parecer para alguns utópico, mas se olharmos para o passado da sociedade boa parte das maiores ideias e melhores soluções surgiram e foram desenvolvidas a partir de ideias utópicas.

Devemos lutar sim como sociedade organizada e de forma organizada, mas não contra o cidadão A, B ou C, muito menos contra as Instituições que democraticamente e a muito custo conseguimos erguer. Temos o dever e a obrigação de lutar racionalmente contra essa forma viciada que adotamos de fazer política para que a Constituição e suas instituições sejam respeitadas e sobrevivam a esse momento de turbulência pelo qual passamos. Temos que lutar, mesmo em posições ideológicas divergentes, para que o melhor para o Brasil aconteça, respeitando os direitos que tantos lutaram para que hoje usufruíssemos. Temos que lutar não por pessoas e ideias particulares, mas pela nossa Pátria amada e tão maltratada pelo seu povo para que quando surgir a pergunta que intitula esse texto possamos responder: Esse é o pais que eu amo e sinto orgulho de fazer parte!

Tonni Nascimento

sexta-feira, 4 de março de 2016

A adolescência alcoolizada, de quem é a culpa?




No Brasil, hoje, a maioria absoluta dos adolescentes é proibida de consumir bebidas alcoólicas. Digo a maioria, pois a adolescência vai até os 18, 19 anos de idade. Mas vou me ater apenas a parte que é proibida por lei e, infelizmente, ainda assim é consumidora das tais bebidas. Por qual ou quais motivos a sociedade permite que isso ainda aconteça? Será um mau-caratismo da sociedade ou sintomas de que ainda necessitamos de nos educarmos como um todo?

A todo o momento somos bombardeados com imagens, notícias, programas televisivos que nos apresentam jovens menores consumindo álcool. E, logo após, vemos especialistas sobre juventude e comportamento humano apresentar argumentos para explicar o fato e suas possíveis consequências para o jovem e a sociedade na qual ele está inserido.

E nós, qual a nossa posição perante isso? O que fazemos para que este erro seja corrigido e, aos poucos, erradicado da nossa comunidade? Temos o péssimo hábito, como sociedade, a culpar sempre o outro. Contudo quando iremos assumir a nossa parcela nos erros da nossa sociedade?

Quando, realmente, nos daremos conta do malefício que o consumo de álcool traz para os nossos jovens, iremos parar de aplaudir aqueles que ainda insistem no incentivo a esse consumo. Sim! Ainda hoje existem “responsáveis” que incentivam crianças a consumir bebidas alcoólicas. Ainda vemos pais e mães que molham a chupeta do filho no copo de cerveja e depois a colocam na boca do filho, ainda existem pais que insistem em dizer que o filho só irá transformar-se em homem depois que beber um ou mais copos de cerveja.

Quando, verdadeiramente, acreditarmos como sociedade que o consumo de álcool é prejudicial ao desenvolvimento físico e emocional dos nossos adolescentes iremos começar a fiscalizar os ambientes que eles frequentam. Quando assumirmos o controle realmente da educação dos nossos pequenos iremos cobrar da sociedade (de nós mesmos) o mesmo controle e cuidado que temos hoje com o consumo de cigarro.

Para que isso funcione é necessário apenas que nos conscientizemos da nossa responsabilidade no papel de pais e educadores. E passaremos, então, a instruir e educar nossos adolescentes sobre os malefícios e prejuízos que o consumo do álcool traz a um ser, como dito anteriormente, em plena construção física e psíquica e que, por muitas vezes, ainda não tem totais condições de decidir sobre si e sua vida. E quando esse dia chegar com certeza todos nós teremos um ganho com a nova conscientização e educação da sociedade.

Tonni Nascimento
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