quinta-feira, 5 de abril de 2007

Dualidade (Um ser ambíguo)



Dois seres habitam dentro de mim.
Existe entre eles, um intenso conflito.
Dia e noite, lutam, duelam e digladiam,
Por minha vida e me disputam no grito.

Um quer paz o outro a guerra;
Um é côncavo o outro convexo;
Um é vice o outro é versa;
Um é frente o outro é verso.

Um quer tudo o outro nada;
Um quer ele o outro ela;
Um é fêmea o outro é macho;
Um é fera o outro é “bela”.

Um é pai, simples e casto,
O outro é chique, libertino e filho.
Um é rude, bruto e esnobe,
O outro é doce, terno e maltrapilho.

Um é luz o outro é sombra;
Um é virgem o outro é “puta”;
Um é homo o outro é hetero;
Um descansa o outro labuta.

Um é feio, frágil e água,
O outro é firme, vinho e belo.
Um separa, é praia e fraco,
O outro é forte, é campo e elo.

Por meu controle, noite e dia, me disputam.
Por meu domínio, nessa batalha, eles persistem.
Mesmo sabendo que essa guerra não tem fim,
Eles não vencem, nunca perdem e nem desistem.

Firmino Maya

3 comentários:

Vivi Unirio disse...

Ficou ótimo o blog, Tonni! Adorei! :-)

Carla Luz disse...

Tonni, isso se chama obcessão!!!!!!!!!
Brincadeiras a parte, eu adorei esse poema. Eu tb me sinto assim. Sabe aqueles momentos em que você quer ir e não ir ao mesmo tempo?
Vou te dar um exemplo mais concreto. Se eu tiver uma festa pra ir, terei vontade de não ir, mas se não for ficarei com de ir, mas se for, ficarei pensando em ficar em casa... pode isso?

Beijão! E ficou legal o blog assim!

Anônimo disse...

Tonny de teus dedos escorrem sonhos e letras. Desse onírico enlevo me enlevo. vc é brillhante. obrigada por partilhar tamanhas pérolas.
Ci

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