O Brasil é um Estado laico. Isso significa
que os nossos dirigentes não devem se pautar, para tomadas de decisões, em
dogmas religiosos. Até pouco tempo nosso país era oficialmente católico, mas
com a promulgação da Constituição em 1988 tornou-se laico. Desde então o único
livro a qual todas as instituições brasileiras e estrangeiras que aqui estão tem
que seguir é a nossa Carta Magna.
Infelizmente nem todos os brasileiros tem
vontade ou mesmo capacidade de agir como cidadãos de um Estado laico. Por isso
ainda é necessário ter em nosso país datas especiais, com o objetivo de nos
lembrar da necessidade do respeito aos outros. Dentre essas datas especiais temos
no dia 21 de janeiro o dia nacional de combate à intolerância religiosa. Gostaria
de dizer que essa data é desnecessária, mas como ainda não sabemos viver realmente
em sociedade ainda necessitamos, e muito, dessas datas.
Em momentos como esse reflito sobre qual a
direção queremos e estamos dando à nossa sociedade. Quem estamos escolhendo
para decidir nossos destinos? Será que ficamos atentos ao que nossos representantes
fazem se estão nos representando e respeitando? Se agem de acordo com a constituição?
Vemos projetos de lei engavetados há anos no congresso por que a bancada A, B
ou C é contrária ao projeto, quando na verdade deveriam preocupar-se com a nação
e não com o grupo que os elegeu. E o que fazemos?
Há anos vemos no nosso país certos setores
da sociedade serem preteridos dos seus direitos por conta da sua identidade religiosa
enquanto outros são privilegiados. Será que esquecemos que pelo nosso país ser laico
ele tem que ser dirigido de acordo com os preceitos de um único livro: a constituição
federal e não por conta da dos livros primordiais de cada crença. Temos o
direito de ter e professar um credo, mas esse direito tem que ser pautado no
respeito ao direito do outro em ter e seguir a sua crença. E é por esse direito
o de ser cidadão que todos devemos lutar, não importa se dirigentes ou não do
país.
Tonni Nascimento
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