segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Solidariedade



Assisti há pouco um vídeo em que um filhote está “aprendendo a descer a escada” da casa de seus donos e um cão adulto fica por perto dando uma espécie de apoio moral. Após assistir o vídeo um comentário feito pela minha irmã me fez pensar em algumas coisas e, entre elas, a solidariedade. A solidariedade entre os homens – animais racionais e os animais ditos irracionais.

Solidariedade. Afinal de contas o que significa? Segundo o dicionário Michaelis é a condição grupal resultante da comunhão de atitudes e sentimentos, de modo a constituir o grupo unidade sólida, capaz de resistir às forças exteriores e mesmo de tornar-se ainda mais firme em face da oposição vinda de fora. Havia outras definições, mas esta foi a que melhor explica o que queremos trazer a reflexão dos amigos. “Comunhão de atitudes e sentimentos”. Em algum momento, de nossas vidas, nos colocamos em comunhão com um grupo ou uma atividade que trouxesse beneficio para os outros? Sem que não tivéssemos algum interesse particular, enfim fazer algo de produtivo e positivo sem esperar ter lucro.

Ao assistir o vídeo perceberemos que o cão adulto sobe e desce a escada para apoiar e incentivar o filhote a descer, mas também para protegê-lo caso algum acidente ocorra. E nós, quantas vezes fizemos isso? Em quais ocasiões deixamos as nossas preocupações de lado e nos predispomos a ser uteis a outrem. Infelizmente na nossa sociedade atual, em que estamos cada vez mais preocupados com o imediatismo, tenho certeza que poucas vezes fomos solidários a alguém.

Alguns dirão que fazem isso quando doam alimentos e utensílios para as vítimas das catástrofes naturais. Isso é bom, é um começo. Mas que tal aprofundarmos essa relação e doar um pouco mais? Mais do nosso tempo, da nossa atenção. Que tal visitar um lar de idosos, um hospital, dar mais atenção a quem está ao nosso redor.

Temos tanto para oferecer, não precisamos ter dinheiro ou posses para sermos solidários. Precisamos apenas sermos humanos, na acepção correta da palavra. Pois quando respeitamos, ouvimos, tratamos bem ou somos empáticos com o nosso próximo estamos sendo solidários, como todos deveríamos ser.

Tonni Nascimento

domingo, 30 de dezembro de 2012

Mais um ano que se vai e outro vem chegando



Mais um ano chegando ao fim enquanto outro se aproxima. Lembro-me quando era criança dos filmes e desenhos futurísticos que pintavam o mundo após o ano 2000 bem diferente do que vemos hoje. Quem tem mais de trinta anos vai lembrar dos “Jetsons”, desenho da dupla Hanna-Barbera que ilustrava como seria a vida no futuro. Pois bem passamos do marco dois mil e, aparentemente, o mundo continua o mesmo.

Nos últimos dias do ano o que tem de gente fazendo planos, traçando metas, nem temos como contar. Mas e você? O que você esteve fazendo nos últimos dias que influenciará a sua vida? hegando ao fim

Certas pessoas tem preconceito com o fato de outras estipularem metas, escreverem objetivos, projetos para o novo ano. Outras levam isso tão a sério que quando não as alcançam ficam frustradas e, por vezes, esse sentimento traz uma dose de impotência, fracasso.

Particularmente, com o passar dos anos e experiências vividas, tornei-me adepto de estipular metas. Contudo não as traço apenas para o novo ano, mas para um ciclo inteiro. Se não conseguir atingir a todas, paciência. Pelo menos conseguirei algumas e terei como pensar e avaliar onde errei e, se era mesmo necessário para minha vida conquistar o que planejei.

E por que traçar objetivos e metas? Algumas pessoas conseguem ter em suas mentes o que querem e onde querem chegar, sem precisar de um fator externo a impulsioná-las. Enquanto outras necessitam desse algo a mais, desse fator externo. E, por conta disso, elaboram suas metas, objetivos e os deixam em algum lugar que seja visível para, dessa forma, dia após dia serem lembradas de onde querem chegar e o que querem alcançar.

Se você é dessas que não precisa externar suas metas parabéns! Mas se você precisa escrever e vê-las todos os dias não se envergonhe, afinal de contas tem muitas pessoas assim como você. Tome notas, cole no seu guarda-roupas, mural, espelho, não importa onde. O importante é que você as faça acontecer e que elas sejam realmente boas para você e seu crescimento como pessoa.

Tonni Nascimento

azendo planos, traçando metas, revendo o que fez no ano que est mundo continua o mesmo.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Eu sou o obstáculo

Certa vez um cão estava quase morto de sede, parada junto à água. Toda vez que ele olhava seu reflexo na água, ficava assustado e recuava, por que pensava ser outro cão. Finalmente, era tamanha a sua sede, que abandonou o medo e se atirou para dentro da água. Com isso o reflexo desapareceu. O cão descobriu que o obstáculo, que era ele próprio, a barreira entre ele e o que buscava, havia desaparecido.

Nós estamos parados no meio do nosso próprio caminho. E, a menos que compreendamos isso, nada será possível em direção ao nosso crescimento. Se a barreira fosse alguma outra pessoa, poderíamos nos desviar. Mas nós somos a barreira. Nós não podemos nos desviar. Quem vai desviar-se de quem? Nossa barreira somos nós e nos seguirá como uma sombra.

Esse é o ponto onde nós estamos; juntos da água, quase mortos de sede. Mas alguma coisa nos impede, porque nós não estamos saltando para dentro. Alguma coisa nos segura. O que é? É uma espécie de medo. Porque a margem é conhecida, é familiar e pular no rio é ir em direção ao desconhecido. O medo sempre diz: “agarre-se àquilo que é familiar, ao que é conhecido”.

E as nossas misérias, nossas tristezas, nossas depressões, nossas angústias, nossos complexos, nos são familiares, são habituais. Nós vivemos com eles por tanto tempo e nos agarramos a eles como se fosse um tesouro. Esse é o caso de todos nós. Ninguém nos está impedindo. Apenas o próprio reflexo entre nós e o nosso destino, entre nós como uma semente e nós como uma flor. Não há ninguém mais impiedoso, criando qualquer obstáculo. Portanto, não continuemos a jogar a responsabilidade nos outros. Essa é uma forma de nos consolar, deixemos de nos consolar, deixemos de ter autopiedade. Fiquemos atentos. Abramos os olhos. Vejamos o que está acontecendo com a nossa vida. Escolhamos certo e decidamos dar o salto.

Autor desconhecido
Publicado originalmente em Pontos de vista em 10/07/2007.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Não sou eu quem me navega



É com esse verso do Paulinho da Viola que volto a uma atividade que me incomodava ter parado. Uma parada quase que forçada. E, como o urso que após a hibernação volta ansioso por alimentar-se, volto agora à minha vida, navegando por mares que dantes eu não imaginava sequer fazer uma breve travessia e agora estou navegando por águas turvas e, por vezes, turbulentas. Estou de volta a um prazer que tinha esquecido como me fazia bem, estou de volta à escrita.


Nos últimos anos tenho passado por uma montanha russa de emoções. Essa frase pode parecer, para muitos, como lugar comum, mas é um retrato muito correto e atual da minha vida. Tive decepções, desilusões, surpresas, mas também tive momentos felizes que me propiciaram emoções que jamais esquecerei. Nesses últimos meses mudei de emprego, mudei de local de trabalho (dentro do mesmo emprego), obtive reconhecimentos que dantes não eram esperados. Tive que engolir alguns sapos (hoje apenas pererecas).

Obtive nesses meses desilusões e decepções amorosas, mas adquiri a certeza que tenho ao meu lado pessoas que me amam e querem o meu bem. Não que isso supra a falta, que sinto – e meus amigos bem sabem disso, de uma pessoa para envelhecermos juntos, mas nos instantes em que a tristeza insiste em ser notada tenho a quem ligar e convidar para assistir um filme, beber um chope ou simplesmente dar uma volta enquanto colocamos os assuntos em dia.

Trago hoje a marca de uma alma que passou por experiências que jamais serão esquecidas. Derrotas e vitórias que ajudaram a fortalecer minh’alma, fortificar meu ser para enfrentar – e vencer – as batalhas que estão por vir. Certo de que tudo que vivi foi uma preparação para o que me espera e um aprendizado onde posso olhar para trás e ver em que ponto errei e onde acertei. Uma fonte inesgotável de aprendizado lúdico e sensorial.

Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar. Essa frase é correta, mas necessário se faz afirmar que mesmo que seja o mar que me navega sou eu que escolho em que mar eu entrarei com meu barquinho a vela. Por esse motivo sou eu que escolho as experiências que passarei e situações que enfrentarei. Contudo a escolha mais importante é decidir qual será a minha condição ao final da jornada se a de vencido ou vencedor. E essa situação eu já decidi: ao fim da jornada serei um vencedor, mesmo que ainda sofra algumas quedas. Mas no final erguerei meus braços para festejar a vitória, que chegará, mesmo que ainda tardia.

Tonni Nascimento


sábado, 14 de julho de 2012

Meu pranto














Meu peito triste agora chora
Pois tuas palavras me trouxeram
Uma dor que não vai embora.

Como uma dor que não estanca
O meu peito ferido agora sangra
Com a verdade que me espanca.

Digo a você que estou bem
Com tua alegria, com teu sorriso,
Mas sofro ao te ver com alguém.

Minha voz diz o quanto estou feliz
Mas escondo por trás dos olhos
Gotas que desmentem o que a boca diz

Por mais que eu diga o inverso
O meu pranto agora corre
E, minha dor, eu curo no verso.


Firmino Maya

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Quisera












Quisera eu
Saber agora o que se passa
Por dentro do teu cansado peito
Os medos, as angústias, as alegrias
Entender tua emoção e dividir-te o leito.

Quisera eu
Conhecer neste exato momento
O que se passa dentro da sua cabeça
Observar em silêncio enquanto dormes
E estar ao teu lado quando acordares.

Quisera eu
Nesse momento sentir a flor
Contrair e dilatar ritmadamente
Enquanto desabrocha para a vida
Nessa dança que contagia sensualmente

Quisera eu
Agora ter entre minhas mãos
O teu colo, tua alma o teu corpo
Fazer-me dono desse rico tesouro
Que tu escondes por detrás de tantos medos.

Firmino Maya

quarta-feira, 4 de abril de 2012

"Cais"


E sua poesia por sempre existir
É o que me atrai, outra vez mais,
A esse porto, com alegria me exibir
Aos outros, velhos amigos, novos cais.

Firmino Maya
 
 
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