quarta-feira, 31 de julho de 2013

As tuas mãos terminam em segredo.
Os teus olhos são negros e macios
Cristo na cruz os teus seios(?) esguios
E o teu perfil princesas do degredo...

Entre bruxos e ao pé de bancos frios
Nas entrevistas alamedas, quedo
O vento põe seu arrastado medo
Saudoso a longes velas de navios.

Mas quando o mar subir na praia e for
Arrasar os castelos que na areia
As crianças deixaram, meu amor,

Será o haver cais num mar distante...
Pobre do rei pai das princesas feias
No seu castelo à rosa do Levante!

Fernando Pessoa

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