Passo, passo, passo.
No pulsar desse compasso
Já nem sinto meu cansaço,
Muito menos o que faço
Só a sombra em meu encalço.
Passo, passo, passo.
Caminhando me desfaço
Dos anseios, meu cagaço,
E outra vez, na vida, traço
Um outro nó, um novo laço.
Passo, passo, passo.
Eu me construo, me refaço,
Numa viagem pelo espaço
Interior e me embaraço
Com as muralhas do meu paço.
Passo, passo, passo.
Então eu fujo, junto ao colaço
E a minha voz eu amordaço
Ouvindo o canto do sanhaço
Mais uma vez em ti me calço.
Passo, passo, passo.
Num dia fujo, no outro caço.
Burlando meu jeito crasso
Vou buscando o teu regaço
Um pós outro, um simples... Passo.
Firmino Maya